De dia,
passeio-me pelas ruas,
intruso,
anónimo,
vestido de multidão,
matando a curiosidade
instintiva dos sentidos.
Retratista promíscuo;
olhar disfarce
de vazio abstracto,
calçando o tempo,
sobre a solidão da caminhada,
captando ângulos e planos,
imagens à contemplação certa
do prazer erotizado.
Rostos belos,
de semblante perfeitos,
expressões despidas de agrado,
sem sorrisos esboçados de submissão,
não forçados...
Corpos puros,
desnudados pelo suor,
de transparência atrevidos,
escorreitos de ingenuidade,
mexidos de desejos,
talhados de vivas formas,
curvas apertadas
de desenho intenso de paixão,
bem delineados,
na arte da procriação...
À noite
deleito-me,
embalado por estímulos inteligentes,
por palavras que me ditam
sentimentos profundos,
que se articulam silenciosamente
por entre erógenos lábios,
ao sabor da imaginação,
em galopante fantasia...
Provoca-me
a insinuante sabedoria
de quem quer ser entendido
e excitar-me ao crescimento...
Adormeço,
entre as memórias
de um inesquecível dia,
com o livro aberto
em parte incerta.
domingo, 26 de julho de 2009
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