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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cicatrizes

Vejo a face marcada e dura da tua dor,

ouço os uivos repetitivos da tua raiva,

sinto o desepero amargo dos teus sentidos

e dói-me o negro acutilante das verdades

que carregas como culpas,

dos valores calcinados,

corrompidos de eternos ódios e rancores.

Presa fácil, de ingenuidade,

das desconfianças e credos,

fechada no labirinto das paredes

cobertas de antigo e de medos,

numa teia de fraquezas e vícios,

na recusa de rasgar uma fresta

e de se contemplar em admiração,

desnudada de complexos e mitos,

na corrente de mãos dadas com o mundo.

Destruido pelo conflito de ser vencido,

apaixonado sem amor,

temendo receber o que não sabe oferendar


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